Um cenário com dólar forte “é sempre um problema” e pode gerar reação de bancos centrais pelo mundo, disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto ilustração), ponderando que a situação tem sido melhor no caso do Brasil.
Em entrevista à imprensa em Washington, nos Estados Unidos, Campos Neto ainda disse ter apresentado na quarta-feira uma “gradação” de cenários para a política monetária brasileira –quando abriu as portas para uma redução nos cortes dos juros básicos– porque as incertezas do momento reduziram a visibilidade à frente.
Para o presidente do BC, a ampliação de incertezas foi causada “principalmente pelo movimento externo”. Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na entrevista, ele não incluiu riscos fiscais domésticos entre os fatores de incerteza, como havia feito nos últimos dias após o governo afrouxar metas para as contas públicas.
Sem dizer especificamente se o BC já teria abandonado a orientação futura de cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), ele reafirmou que a atuação dependerá do nível de incerteza.
“Dependendo do caminho, a gente vai ter, vamos dizer assim, uma função reação. Mas não tem como antecipar muito o que vai ser feito porque a gente está num processo de reprecificação e a gente não tem ainda visibilidade do que vai acontecer”, disse.
A Selic está atualmente em 10,75% ao ano, patamar atingido após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual. Em sua última reunião, o BC previu mais um corte da mesma magnitude em maio se confirmado o cenário esperado. Na quarta-feira, Campos Neto havia afirmado que uma manutenção do cenário de incerteza elevada pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário, o que levou agentes de mercado a ampliarem apostas de um corte de 0,25 ponto na taxa básica na reunião de maio. (Reuteres)
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