O superávit primário do governo central foi de quase R$ 20 bilhões em 12 meses terminados em maio e as despesas foram quase 3% menores em relação ao ano anterior. Os dados foram apresentados pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron (foto ilustração), em entrevista publicada nesta quarta-feira (25) pelo jornal Valor Econômico.
“Desde 2023, passamos por alertas alarmistas que nunca se materializam, porque a gente continua trabalhando. Nós atingimos os resultados fiscais do jeito que nós prometemos”, afirmou.
De acordo com Ceron, a política fiscal está “extremamente contracionista”, com um superávit em 2025 de quase R$ 60 bilhões. “Caminhamos para cumprir a meta deste ano. Assim, o debate está se deslocando para 2026, e nós já encaminhamos as medidas que garantem o cumprimento, somadas à da redução do gasto tributário”.
Para 2026, Ceron explicou que as projeções alarmistas do próprio governo na PLDO parte da premissa que nada seja feito para evitar que o previsto aconteça, mas que o governo segue na busca para criar as medidas necessárias para que as projeções sejam revertidas.
“O país ainda tem desafios fiscais, mas o déficit fiscal acumulado é menos da metade da última década, dos outros ciclos de governo da última década acumulado. Se a gente conseguir, como país, avançar nas dinâmicas de algumas despesas, conseguimos fugir do debate de fazer grandes reestruturações, grandes cortes, que é sempre muito ruim”, afirmou.
De acordo com o secretário do Tesouro, as projeções de expansão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) preocupam o governo, que também olha com cuidado o sistema previdenciário (incluindo dos militares) e seguro-defeso.
“O arcabouço permite um crescimento de 2,5% real e o teto de gasto permitia zero, mas o zero não era cumprido. Nunca foi crescimento zero. A média histórica é acima de 4%”, disse Ceron ao apontar falhas no sistema de “teto de gastos” criado no governo de Michel Temer e mantido na gestão de Jair Bolsonaro. (Por Fernando Antunes)
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