Em um cenário de pressões inflacionárias persistentes, desaceleração econômica moderada e incertezas fiscais, o economista sênior da Julius Baer, Gabriel Fongaro, não vê espaço para cortes na Selic em 2025, a menos que haja uma recessão na economia brasileira ou uma guinada na condução da política fiscal. (Foto ilustração)
“Tecnicamente, não vejo espaço para cortes de juros neste ano”, disse Fongaro em entrevista ao Money Times.
Segundo o economista, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve optar por altas maiores na taxa básica de juros nas primeiras reuniões do ano — como já adiantado pelos diretores. Depois, a Julius Baer vê mais uma alta de 0,75 ponto percentual em maio, levanto a taxa para 15% — patamar que deve ser mantido até o final do ano.
A decisão de interromper os aumentos, prevista para junho, deve ser baseada em sinais de desaceleração econômica. Contudo, Fongaro alertou que essa desaceleração pode não ser suficiente para trazer a inflação para a meta de 3%.
O economista destacou que o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o colegiado terão pela frente grandes desafios, como ancorar as expectativas de inflação e lidar com a tensão entre política fiscal e monetária.
“Há uma desconfiança do mercado em relação à disposição do BC em fazer o que é necessário para trazer a inflação para a meta. O Banco Central vai precisar ser técnico para convencer o mercado”, afirmou. (Giovana Leal)
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