De um lado, a inflação de alimentação e bebidas avançou 1,17% em março. Na contramão, a energia elétrica residencial caiu dos 16,80% de fevereiro para 0,12% em março. O resultado foi a desaceleração da inflação geral do mês para 0,56%, mesmo com a pressão que o consumidor sente para colocar comida na mesa. O IPCA foi divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (11). (Foto ilustração)
O resultado do IPCA, que mede a inflação oficial do país, veio levemente acima do esperado por analistas de mercado, que projetavam alta de 0,54%. No acumulado em 12 meses, o índice ficou em 5,48%, seguindo acima do teto da meta de 4,5%. Já no acumulado no ano, a alta é de 2,04%. Em março de 2024, o índice havia registrado 0,16%.
Para analistas, o cenário corrobora a trajetória alta dos juros, que estão em 14,25%.
“Esse cenário inflacionário se soma à resiliência da atividade econômica, especialmente do mercado de trabalho, e à depreciação cambial intensificada pela guerra tarifária global, criando um ambiente desafiador para a política monetária”, escreveu Arnaldo Lima, economista da Polo Capital.
Para ele, apesar das expectativas de desaceleração da inflação nos próximos meses, o ciclo de aperto da Selic tende a continuar.
Alívio na conta de luz
A inflação só não foi maior por causa do alívio na conta de luz. A energia elétrica residencial desacelerou dos 16,80% do mês anterior para 0,12% em março.
O grupo de transportes foi o segundo maior impacto para ao resultado do mês, mesmo desacelerando em relação a fevereiro, de 0,61% para 0,46%. O resultado foi influenciado pelo aumento da passagem aérea, item com o terceiro maior impacto individual no índice, que saiu de uma queda de 20,46% em fevereiro para alta de 6,91% em março. Já o preço dos combustíveis, que vieram com alta intensa nos preços em fevereiro, desaceleraram em março, com o preço da gasolina saindo de 2,78% para 0,51%. O etanol desacelerou para 0,16% ante 3,62%. O gás natural veicular, por outro lado, teve alta no preço. (Por Mayra Castro)
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