O dólar continuou sua jornada de desvalorização nesta segunda-feira (21), atingindo seu nível mais baixo desde 2022. O índice DYX, da ICE, que mede a divisa americana em relação a uma cesta de moedas estrangeiras, bateu em 97,92 nesta manhã segunda-feira, mas devolveu parte da perda e estava em 98,25 por volta das 10h30. (Foto ilustração)
A moeda americana vinha perdendo valor desde que a política tarifária imposto por Donald Trump reduziu a confiança na economia dos EUA, mas o movimento foi acentuado após o presidente fazer críticas públicas à condução da política monetária de Jerome Powell à frente do Fed, o que voltou a alimentar temores de uma troca forçada no comando do banco central.
“Estamos vendo um sinal claro do mercado de que não gosta nem mesmo da ideia de que o presidente possa tentar remover a presidência do Fed. Houve alguma perda de confiança na formulação da política econômica dos EUA nas últimas semanas”, comentou na CNBC Krishna Guha, vice-presidente da Evercore ISI.
O dólar é frequentemente visto como a moeda de reserva global, e os ativos dos EUA superaram amplamente o resto do mundo na última década, estimulando a crescente demanda pelo dólar. Mas nesta segunda-feira, várias das moedas estavam subindo. O euro ganhou 1,3% em relação ao dólar, enquanto o Iene japonês e Franco suíço também ganharam terreno.
Segundo o Financial Times, o aumento simultâneo do euro e dos títulos do governo alemão neste mês sugere uma “fuga de capitais” para a dívida de referência da zona do euro como um refúgio da turbulência da guerra comercia.
O jornal destaca que os títulos alemães e o euro normalmente se movem em direções opostas, porque o otimismo sobre a economia – que impulsiona a moeda – prejudica a demanda pela dívida que é o ativo seguro de fato do bloco do euro.
Esse padrão se manteve após o acordo histórico de gastos do país no mês passado, que viu o euro subir e os bônus alemães serem vendidos. Mas este mês o euro saltou cerca de 5% em relação ao dólar. E os custos de empréstimos de dois anos nos EUA estão agora cerca de 2 pontos percentuais acima dos da Alemanha, ante cerca de 1,7 ponto percentual no início de março. (Infomoney)
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