A Doença de Parkinson (DP) é considerada a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, a estimativa é de que 200 mil pessoas vivam com a enfermidade. A DP é crônica e progressiva e, geralmente, os sintomas afetam os movimentos; causam tremores; alteração na marcha; instabilidade postural; rigidez nas articulações e músculos; distúrbios da fala; dificuldade de engolir. Pode provocar ainda outros sintomas não motores, como a diminuição do olfato, distúrbios do sono, depressão, alteração do ritmo intestinal e urinário, além da cognição.
Mesmo com os impactos na vida dos pacientes (predominantemente homens), principalmente na realização de atividades do dia-a-dia, eles podem ter qualidade de vida. O tratamento adotado pelo Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi) inclui acompanhamento de equipe multiprofissional; programas terapêuticos de reabilitação, que buscam evitar e/ou retardar a perda da funcionalidade e habilidades motoras, possibilitando minimizar os impactos provocados pela Doença; e o tratamento medicamentoso.
Nas atividades do Centro pelo Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (11), pacientes com a Doença puderam expor no Grupo Desafiantes do Tempo, mediado por Aline Martinez, fisioterapeuta, e Laiana Reis, fonoaudióloga, as suas histórias de superação. A unidade foi tomada por emoção com depoimentos, palavras de incentivo e gratidão. Reginaldo Santana foi um dos pacientes que narrou a sua trajetória desde que descobriu o Parkinson, aos 51 anos.
“Fui obrigado a me aposentar”, disse Reginaldo contando que chegou ao Creasi ano passado com muitos tremores, comparecia acompanhado pela dificuldade no caminhar, e possuía uma importante alteração na fala. Em menos de um ano, com a reabilitação obteve melhora na sua comunicação e já consegue locomover-se sem precisar estar acompanhado o tempo todo. “Voltei a ter coragem de andar na rua, me comunico melhor, vou para a padaria todos os dias, coisa que eu já não fazia há muito tempo e pretendo voltar a fazer boxe, meu esporte preferido”, salientou.
Manoel Rodrigues contou que descobriu que estava com Parkinson num tropeço, porque os tremores começaram a impossibilitá-lo de caminhar com a mesma destreza. “Comecei a ser impedido de desempenhar minhas atividades no trabalho, não podia mais viajar para participar de reuniões e fiquei depressivo. O Creasi me fez renascer, desde que fui admitido minha vida melhorou, voltei a trabalhar e a viver muito melhor”, ressaltou emocionado. A irmã, Matildes Rodrigues, relatou com gratidão a primeira vez, depois do diagnóstico de DP, que o irmão segurou uma xícara. “Eu não contive o choro, de tanta felicidade”.
Com mais de 700 pacientes sendo atendidos com a doença, o Centro de Referência está realizando ações de conscientização sobre Parkinson até o final do mês de abril. Na programação, atividades lúdicas de educação em saúde, desenvolvidas pela equipe de técnicos(as) de enfermagem, fonoaudiologia e fisioterapia, com momentos dançantes nas praças da unidade; mural temático explicando as causas, sintomas e o tratamento; atividades de dança sessão científica sobre avaliação multiprofissional de pacientes com Parkinson e WebPalestra, através do Telessaúde, sobre a patologia.
Serviço
Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (CREASI): Unidade da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) que atua na atenção especializada à saúde de pessoas idosas (a partir de 60 anos) frágeis ou em risco de fragilização.
Como é o encaminhamento para o CREASI? É realizado por profissionais de saúde, de nível superior, da Atenção Básica de Saúde, vinculados a uma equipe de Unidade de Saúde da Família (USF) ou de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), através do Telessaúde, no link: telessaude.ba.gov.br/telecreasi/ (Ascom/Sesab)
No Comment! Be the first one.