Os governos do Brasil e da Argentina assinaram um memorando nesta segunda, 18, para criar uma infraestrutura para trazer gás argentino ao mercado brasileiro. (Foto ilustração)
A assinatura ocorreu em um evento paralelo ao encontro de cúpula do G20, realizado no Rio de Janeiro, pelos ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, pelo Brasil, e de Luis Caputo, ministro da Economia da Argentina.
A parceria visa trazer ao mercado brasileiro gás proveniente de Vaca Muerta, um dos maiores campos de produção da Argentina, com o objetivo de ampliar a oferta e reduzir os custos do insumo no Brasil.
O acordo permitirá a importação inicial de 2 milhões de metros cúbicos por dia já em 2024, com aumento gradual para 10 milhões m³/dia em três anos e até 30 milhões de metros cúbicos diários até 2030. No total, o gás adicionado representa quase um terço do consumo diário atual do mercado brasileiro.
Queda de preço
O gás argentino tem custo menor do que os valores pagos hoje no Brasil, o que prejudica a competitividade industrial do país. Atualmente, o insumo em Vaca Muerta custa cerca de US$ 2 por milhão de BTUs na Argentina, enquanto no mercado brasileiro, a média é de US$ 13,82 por milhão de BTUs. Estima-se que, mesmo com os custos logísticos, o preço final do gás argentino importado fique entre US$ 7 e US$ 8 por milhão de BTUs.
Para viabilizar a importação, o acordo prevê cinco rotas potenciais. A mais imediata envolve o aproveitamento do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), que está subutilizado devido à queda na produção boliviana.
Outras opções incluem a construção de uma nova rede passando pelo Chaco Paraguaio ou a conexão direta entre a Argentina e o Rio Grande do Sul, via Uruguaiana. Para esta última, seria necessária a conclusão de obras pendentes no Gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina, e da ligação entre Uruguaiana e Porto Alegre, prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). (Rafael Balago)
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