Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 35% das pessoas com 65 anos ou mais caem em casa a cada ano, o que pode gerar sérias consequências para a saúde e para a vida da pessoa idosa como um todo, comprometendo, por exemplo, sua autonomia. (Foto ilustração)
Ao mesmo tempo, dados do Ministério da Saúde revelam que os idosos representaram 29,18% das internações por fratura de fêmur em 2023: problema de saúde que representa uma das principais consequências de quedas nesta faixa etária. “Fraturas em pacientes da terceira idade levam, com frequência, à substituição do osso por uma prótese, em especial naqueles que apresentam osteoporose (quadro clínico que enfraquece os ossos, tornando-os suscetíveis à fratura) não tratada”, explica Niklas Söderberg, gerente médico do Hospital Ortopédico do Estado.
Em quatro meses, a unidade pública, que é gerida pelo Einstein, já realizou 1.037 cirurgias – desse total, 42% foram em idosos; nos últimos 90 dias, 320 cirurgias foram realizadas para tratar fratura de fêmur e quadril.
A importância de operar precocemente pacientes idosos com fratura de fêmur é crucial por várias razões. Em primeiro lugar, a cirurgia precoce ajuda a minimizar complicações graves, como trombose venosa profunda, pneumonia e úlceras por pressão, que são comuns em pacientes idosos imobilizados. Além disso, a intervenção cirúrgica pode melhorar significativamente a mobilidade e a qualidade de vida do paciente, reduzindo o risco de complicações a longo prazo, como perda de função e incapacidade de caminhar.
“Estudos mostram que o atraso nas intervenções está associado a piores resultados funcionais e maior mortalidade em pacientes idosos com fratura de fêmur. Portanto, a abordagem precoce é essencial para otimizar os resultados e promover uma recuperação mais rápida e eficaz”, destaca o médico.
Quanto maior a idade, maior a vulnerabilidade a acidentes. Por isso, a família, cuidadores e/ou pessoas próximas precisam estar atentas para fatores de risco. Nesse sentido, a prevenção dentro do domicílio é uma das estratégias que podem ser implementadas para garantir um ambiente seguro. “Barras de apoio nas paredes do banheiro, retirada de tapetes, iluminação do quarto e do acesso até o banheiro e evitar obstáculos no caminho são algumas precauções que devem ser consideradas para um lar onde vive um idoso”, destaca o médico.
Uma boa alimentação, exposição ao sol por no máximo 20 minutos diariamente, evitar o consumo de álcool e a prática de exercícios físicos também são formas de contribuir para que a saúde dos ossos esteja em dia. “Vale destacar que, entre as mulheres, a menopausa é um fator de risco, pois ao provocar a redução do estrogênio, um hormônio feminino, torna os ossos porosos. Por isso, o acompanhamento médico e exames preventivos são decisivos para diagnósticos precoces e tratamento das enfermidades”, reforça Niklas. “A condição para ser um idoso saudável sempre vai ser a prevenção”, conclui.
Confira algumas dicas de cuidados com os idosos para evitar quedas e preservar a saúde dos ossos:
· Manter uma luz acessa na casa durante a noite;
· Colocar luzes de presença, que acendem automaticamente;
· Deixar áreas de circulação livres (evitar fios soltos, brinquedos, arranjos e sapatos pelo caminho);
· Evitar tapetes na casa;
· Alimentação saudável à base de verduras de folhas escuras, como brócolis, espinafre e couve;
· Evitar o consumo de álcool;
· Evitar o consumo excessivo de carne vermelha, refrigerante, café e sal;
· Não fumar;
· Tomar sol diariamente (por 20 minutos, no máximo); · Manter visitas regulares ao médico. (Ascom/Hospital Ortopédico da Bahia)
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