O presidente da Bolívia, Luis Arce, sinalizou a possibilidade de declarar um estado de exceção se os apoiadores de Evo Morales não desobstruírem os pontos de bloqueio nas estradas, que já perduram por mais de duas semanas. Arce pediu a remoção imediata dos bloqueios, enfatizando a necessidade de restaurar a normalidade no país e afirmando que seu governo tomará as medidas necessárias para proteger os interesses da população. Os bloqueios têm causado um impacto econômico significativo, com perdas estimadas em US$ 1,7 bilhão, além de afetar o fornecimento de alimentos e combustíveis. A origem dos protestos remonta à desobediência de Morales a uma intimação do Ministério Público, que investiga acusações de abuso sexual e gravidez de uma adolescente em 2015, um caso que foi arquivado e recentemente reaberto.
A situação política na Bolívia é marcada por uma intensa disputa entre Arce e Morales, ambos do Movimento ao Socialismo (MAS), em relação à indicação presidencial para as próximas eleições. Arce criticou os bloqueios, alegando que eles são uma tentativa de impor uma candidatura que não respeita a Constituição. Desde dezembro do ano passado, Morales está impedido de concorrer, após o Tribunal Constitucional decidir sobre a proibição de reeleições indefinidas. Além dos bloqueios, a violência associada aos protestos tem gerado preocupação, com cerca de 70 pessoas feridas, incluindo tanto civis quanto policiais. Em resposta, Evo Morales acusou Arce de não buscar um diálogo e de tentar assassiná-lo em um incidente recente, uma alegação que o governo refutou, sugerindo que Morales teria forjado o atentado. (Por Sarah Paula)
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