A abertura do 2º Congresso dos Laboratórios Oficiais do Brasil (Alfob), na quarta-feira (24), em Salvador, marcou a reafirmação de uma agenda estratégica para a saúde pública: a consolidação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). O encontro, realizado no Gran Hotel Stella Maris, reuniu gestores, especialistas e representantes de instituições públicas para discutir soberania sanitária e inovação científica. (Foto ilustração)
A secretária da Saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana, destacou que os laboratórios oficiais são pilares do SUS, responsáveis por reduzir a dependência de importações e garantir acesso universal a medicamentos, vacinas e insumos. Segundo a titular da pasta estadual da Saúde, a pandemia expôs de forma dolorosa as fragilidades do país diante da dependência externa e reforçou a urgência de investimentos em produção local. “Estamos falando de um patrimônio nacional. Quando fortalecemos os laboratórios oficiais, estamos garantindo que a saúde da população não fique à mercê de interesses internacionais ou de flutuações do mercado. É uma decisão que protege vidas, assegura autonomia e consolida o SUS como a maior política pública de inclusão social do país”, afirmou Roberta Santana.
No evento, o Ministério da Saúde reafirmou que iniciativas como o Programa para Ampliação e Modernização de Infraestrutura do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (PDCEIS), voltado à expansão da infraestrutura produtiva, e o programa de padronização e aprimoramento dos laboratórios do Sistema Único de Saúde (ProLab-SUS), focado em governança e padronização, são centrais para a reindustrialização da saúde.
A Bahia apresentou avanços recentes no setor, com a aprovação preliminar de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) da Bahiafarma em conjunto com a Bionovis e o Senai Cimatec. Os projetos envolvem medicamentos oncológicos para tratamento de câncer de mama, pulmão e rins, além de terapias voltadas a doenças raras. A estimativa é firmar contratos de até R$ 1,7 bilhão e ampliar o acesso a tratamentos de ponta pelo SUS. “Cada avanço da Bahiafarma não é apenas um ganho para o nosso estado, mas uma contribuição para a redução das desigualdades e para a autonomia tecnológica do Brasil”, disse Roberta Santana.
A secretária reforçou ainda que a consolidação do CEIS depende de parcerias entre governos, universidades, setor privado e sociedade civil. “Precisamos planejar com ousadia, investir em inovação e garantir que todo esse esforço se traduza em acesso real e gratuito para a população”, destacou durante a sua fala na abertura do evento. (Ascom/Sesab)
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