Na roda de conversa A Natureza do Tempo Presente, durante a 7ª Festa Literária de Ilhéus, o filósofo e ativista Ailton Krenak (foto ilustração) ironizou a escolha da Amazônia para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).
Segundo o primeiro indígena eleito para a Academia Brasileira de Letras, há muita discussão e enganação a respeito das mudanças climáticas, mas faltam ações efetivas, orientadas por uma virada de perspectiva sobre a natureza. “Não parece que o caminho para sair dessa roubada virá de conferências”, disse.
“Legal. Eles podem fazer muitas conferências. Vão fazer uma chamada COP30 na Amazônia. Me pergunto: por que na Amazônia? A Amazônia que é um lugar tão predado, tão abusado, pela economia global, pela extração de tudo. Extrai floresta, extrai água, extrai minério. Desorganizam a vida das comunidades humanas que vivem ali”, acrescentou.
Para Ailton Krenak, não faz sentido debater mudança climática com lideranças que patrocinam massacres como o perpetrado por Israel contra o povo palestino. “O Brasil vai receber a conferência do clima naquele paraíso tropical, com um bando de malucos que estão fazendo guerra, destruindo a Palestina, arrasando com o Líbano, predando o planeta. E a gente vai fazer conferência do clima com essa gente? Quer dizer, como é mesmo? Gentalha!”. (pimenta)
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