A previsão para a economia da Argentina é de uma queda de 3,5% neste ano, conforme apontou William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina. O governo de Javier Milei (foto ilustração) tem implementado medidas fiscais rigorosas, que receberam elogios de instituições internacionais, mas essas ações provocaram protestos internos, especialmente devido aos cortes em áreas essenciais como saúde, educação e cultura. Os investimentos em educação pública sofreram um golpe significativo, com uma redução de 40% nos recursos destinados a escolas e universidades em 2024. As universidades, por sua vez, enfrentam uma diminuição de 31% em seus orçamentos. Milei, ao criticar a universidade pública, afirmou que ela beneficia apenas os filhos das classes mais altas, o que gerou uma onda de descontentamento entre a população.
Especialistas em educação ressaltam que 48% dos novos alunos nas universidades públicas são a primeira geração de estudantes em suas famílias. Apesar da intenção do governo de diminuir o déficit fiscal, a recessão econômica tem dificultado essa meta, resultando em cortes ainda mais severos nas áreas afetadas. No setor da saúde, a situação é alarmante, com 70% dos trabalhadores do setor público vivendo abaixo da linha da pobreza. O Hospital Garraham, um dos mais renomados do país, está limitado a realizar apenas cirurgias simples devido à escassez de insumos e à falta de profissionais, o que também levou a demissões.
Além disso, o investimento em ciência e tecnologia caiu 32% em 2024, refletindo uma crise mais ampla. O setor cultural está em um estado crítico, com a produção de filmes nacionais reduzida a zero. A indústria editorial também enfrenta dificuldades, com uma queda de 30% nas vendas de livros, evidenciando o impacto negativo da falta de apoio estatal e da recessão econômica em diversas áreas. (Por Marcelo Seoane)
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