Roberto Campos Neto (foto ilustração) disse que o Brasil precisa de um programa que gere uma percepção de choque fiscal positivo, se quiser conviver com a taxa Selic mais baixa. O presidente do Banco Central (BC) participou do Investor Day 2024 da Crescera Capital nesta terça-feira (01).
Segundo ele, optar por juros artificialmente menores sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste de inflação no médio prazo.
Campos Neto lembrou ainda que os momentos em que o Brasil conseguiu trabalhar com uma taxa básica de juros mais baixa por mais tempo estavam associados a um choque fiscal.
Na reunião de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) retomou o aperto monetário e elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.). Com isso, os juros subiram de 10,50% para 10,75% ao ano.
No comunicado, os membros do Copom afirmam monitorar com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, dizem.
Campos Neto, no Investor Day da Crescera Capital, inclusive, apontou que há um questionamento do mercado sobre quanto do crescimento do Brasil é impulso fiscal e quanto é estrutural. No entanto, ele pondera que tem convicção de que o crescimento estrutural do Brasil está forte. (Giovana Leal)
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